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18 de agosto de 2020

Faz da tua casa um lugar criativo

 Quando a vida lhe der laranjas...Faça um suco e aproveite as cascas!!!

Você vai precisar apenas de

  •  250ml desse suco + uma caixinha de gelatina sabor abacaxi + 250 ml de água fervente e chantilly para decorar ou suspiros (gosto de usar eles quebrados grosseiramente ou aqueles bem pequenos, delicados, comprados prontos.

Corte uma tampa em cada laranja e extraia o suco. Depois disso, com a ajuda de uma colher, retire todo o miolo e reserve.

Misture o pó da gelatina na água fervente, mexa, adicione o suco de laranja, mexa e preencha cada laranja com essa mistura. Leve à  geladeira para firmar bem. Na hora de servir, decore com chantilly fresco, batido. 

Por que gelatina de abacaxi? Porque desconheço gelatina de laranja. O sabor do abacaxi combina bastante com a laranja.

Não desperdice as "taças", utilize-as para plantar suculentas. Aqui nem cheguei a plantar, apenas coloquei o vasinho de plástico dentro.
Decore a mesa das refeições, a bancada da cozinha, do banheiro...
"Faz da tua casa uma festa: ouve música, canta, dança...
Faz da tua casa um templo: reza, ora, medita, pede, agradece, louva, suplica...
Faz da tua casa uma escola: Lê, escreve, desenha, pinta, estuda, aprende, ensina...
Faz da tua casa uma loja: Limpa, arruma, organiza, decora, etiqueta, muda de lugar, vende, doa...
Faz da tua casa um restaurante: Cozinha, come, prova, cria receitas, cultiva temperos, planta uma horta...
Enfim, faz da tua casa, da tua família, um lugar de amor criativo"
(desconheço o autor desse texto sobre a quarentena em casa)


17 de agosto de 2020

Torrões de açúcar

Como eu disse na postagem anterior, e como aprendi coisas nesses dias de pandemia, trancada em casa. Uma seguidora amiga lá no Instagram me manda fotos de torrões de açúcar: "Achei que você fosse gostar desta receitinha". Nossa, como gostei! Acho esses mimos à mesa tão delicados...
Não tinha a menor ideia de como era fácil e terapêutico fazer, pois com apenas: 
  • 1 xícara de chá de açúcar refinado (testei com o cristal e não ficou bom) 
  •  1 colher de sopa de água
  •  mini forminhas 
Faz assim:
Com uma colher, mistura-se bem o açúcar com a água, coloque nos buraquinhos da forma, aperte bastante para que fique bem socado. Espere meia hora e retire da forma com muito cuidado. Deixe secar por umas 3 horas. Gosto de deixar de um dia para o outro. Coloque em vidros, venda, presentei, organize um cantinho de café, arrume a mesa. Não é um amor? 

Comprei formas de acetato, baratinhas, reutilizáveis no formato de quadradinhos. Testei com a forma de coração, mas ainda não encontrei uma que fosse bem pequenina, pois nesse tamanho é ideal para adoçar uma xícara de chá, além de ficar um charme na mesa. 

16 de agosto de 2020

Biscoitinhos amanteigados (já pensando no Natal)

Biscoitos amanteigados para ajudar na renda familiar para você, minha amiga, que ficou desempregada. 

Querido diário, há 5 meses que o mundo gira em rotação lenta. Há dias que parece não girar, outros dias parece que gira em sentido contrário...

No início do isolamento, passamos todos os dias em casa, saindo apenas um membro da família para fazer compras de mercado e farmácia. Aquela nova rotina causava a sensação de não saber que dia era ontem, qual dia era hoje e qual seria amanhã, causando uma confusão em nosso relógio biológico. Só me dava conta quando era sábado e domingo quando via o computador do marido fechado em cima da mesa. Mas para mim, que suspendi todas as aulas e não tinha como fazer home-office, a rotina doméstica não mudava. Tive apenas muito mais tempo livre para "servir" a família. 

Ah, e como servi, como aprendi coisas, coisas das quais nunca havia tentado. Pintei quadros, plantei vasos, decorei... fiz coisas do arco da velha para manter a saúde mental bem. 

Hoje, enquanto a família dormia, ocorreu-me fazer biscoitos, já pensando no Natal, nos encontros... Como será?  Pelo sim, pelo não, já sei fazer biscoitos natalinos, muito fácil, terapêutico, preencheu a minha manhã, encheu a casa de aroma familiar, lembranças de antigos natais, risadas pela casa...

Tão delicado oferecer uma prenda, em vidros, em latas...

Em cestos, dispostos na mesa
Uma receita rendeu 800 gramas - talvez mais, pois logo que iam saindo do forno, as filhas iam roubando.

Ingredientes:

200 gramas de manteiga em temperatura ambiente (não vale usar margarina, pois são biscoitos amanteigados)

3 1/2 xícaras (chá) farinha de trigo

1 1/2 xícaras (chá) açúcar

1 ovo

2 colheres (chá) fermento em pó (fermento de bolo)

1/2 colher (chá) extrato de baunilha (ou essência), mas não usei

1 pitada de sal

Na batedeira (ou à mão), bata o açúcar com a manteiga por uns 3 minutos até que fique um creme claro, acrescente a baunilha e o ovo, bata mais um pouco. À parte, misture a farinha, com o sal e o fermento e vai adicionando aos poucos ao creme e continuei batendo. Depois pare a batedeira e amasse a massa com as mãos até ficar com aspecto liso Leve à geladeira por cerca de uma hora. Passado esse tempo, unte uma forma com manteiga e farinha (eu uso papel manteiga, dispensando untar e enfarinhar).

Pré-aqueça o forno a 180 graus.  Divisa a massa em 4 partes e vai trabalhando com uma parte de cada vez, enquanto as demais ficam na geladeira. Abra com um rolo na espessura de uns 3cm e vai cortando com o cortador de biscoito. Prefira figuras pequenas - todas do mesmo tamanho para assar por igual. Pré-aqueça o forno a 180 graus e leve para assar por aproximadamente 10 minutos, até que fique com as bordas mais escuras. Depois que retirar do forno eles continuam assando. Assei em várias "fornadas".

Se você pensa em fazer esses biscoitos para venda - o que acho uma ótima ideia - avalie os custos, mas ao meu ver, vale muito a pena, pois o custo maior é com a manteiga. Tenta não comprar nada, reutilize vidros - peça para os vizinhos guardar. Lave bem, esterilize, faça uma etiqueta artesanal com capricho, pesquise na net. E já vai pensando no Natal.






1 de abril de 2020

Dias de Fico

Em minha última postagem, terminei dizendo que a viagem a Cunha continuaria nos próximos posts. Porém, diante dessa tristeza que vivemos, nem acho ético ficar aqui falando e mostrando dias felizes.

Também não quero vir aqui, como muitos fazem, destilar ódio contra os governantes do mundo, apontar o dedo, acusar, dar palpites. Quem sou eu? Eu,  humilde dona de casa, costureira, que sei apenas lidar com meus assuntos familiares ou sobre corte e costura. E, sinceramente, nem queria ter a inteligência para entender de política, pois o que vejo é apenas uns contra os outros. Um mundo onde deveríamos todos nos unir, ajudar aos outros...

Então eu venho aqui falar como estamos vivendo esses dias de confinamento aqui em casa. Não vou dizer que está sendo horrível, terrível esse confinamento porque eu gosto de ficar em casa, me sinto muito bem cuidando da minha casa, da minha família, servindo.

Diariamente tenho postado no Story do Instagram cenas do nosso cotidiano, onde ensino algumas receitas, dou dicas para fazer coisas em casa, evitando sair ao máximo na rua, enquanto marido e filhas fazem home-office. Sou a favor que pessoas saiam para trabalhar - apenas para trabalhar - naquele ramo de atividade de extrema necessidade, como comida, remédios e, claro, hospitais. Alguém precisa sair às ruas para que o mundo possa continuar a existir.

Faz 15 dias que não saio nem para pegar a correspondência. Abasteci a despensa para os 15 primeiros dias, não com o intuito de estocar alimentos e deixar outros sem, mas para evitar sair todo dia, correr menos riscos, espalhar algum vírus, caso eu tenha e não apresentei sintomas. Fiquem em casa quem pode ficar! Eu posso, eu fico! E se é para o bem da nação, diga ao povo que fico! Dias de fico.

11 de março de 2020

Cunha, SP - a cidade das lavandas

Saímos uns dias de férias, eu e marido, sem grandes planos, como nos velhos tempos, quando viajávamos com uma pequena bagagem e um Guia-Brasil debaixo do braço. 

Como estávamos em São Paulo, pegamos a Via Dutra em direção ao Vale do Paraíba, que já nos abria um feliz leque de oportunidades, pois a maioria das cidades daquele pé da mantiqueira é bonitinha, agradável  e com muito verde.

Só fomos decidir nosso roteiro quando paramos em São José dos Campos a 90 km da capital paulista. Digitamos, no Google Maps "Cunha, SP", que fica a 134 km de São José. Fomos seguindo as ordens da mulherzinha do Google Maps:  "curva à direita; curva à esquerda a 300 mts..." E como tem curvas aquela estradinha que liga Guaratinguetá a Cunha!
Quaresmeiras, abundantes em flores roxas e lilás, vaquinhas brancas pastando ao pé dos morros iam colorindo nossa viagem. Se não chegássemos a lugar  algum,  a estrada já tinha valido a pena.

Há beleza para quem quer ver; há vida para ser vivida... Tantos lugarzinhos bonitos, portinhas e portas nos convidando fazer uma parada, tomar um café e prosseguir viagem... e, se a intenção (ou condição) é não pernoitar, vai num bate-e-volta (para quem mora nas imediações de SP). Mas você já vasculhou  arredores da sua cidade? Já pensou fazer uns passeios assim, sem compromisso? As coisas mais simples, sem planejamento, são as melhores coisas da vida. Se não pode fazer longos planos, viagens grandiosas para os mais diversos continentes, viaje aqui pertinho mesmo - só não dá para viajar na maionese, né? Claro que atravessar o oceano não se compara a um bate-e-volta, mas viva dentro da sua possibilidade. Aproveite as pequenas possibilidades que a vida lhe oferece. Temos o ingrediente mais importante que se chama vida! Compreendo que nem todo mundo tem uma companhia que topa os mesmos passeios, pois cada um tem sua escolha. Mas foi escolher um cara justamente o oposto de tu, mulher?  Tenta persuadi-lo, dizendo em voz doce:  "querido, você é quem decide, o que decidir está bom" - homens adoram ter o controle. Depois desse dengo ele vai se jogar na sua estrada. Vai por mim. 

Chegamos em Cunha quando já era fim de tarde. GPS nos direciona ao centro, de ruas estreitas e casinhas amontoadas, mas tudo bem bonitinho e limpo. Um povo simples, risonho, de fácil convívio...
 
...e apenas uma breve pesquisa  no site Book.com foi suficiente para já estarmos hospedados em uma charmosa pousadinha, que mais parecia um ateliê de costuras... logo na entrada essa máquina de costura nos dava as boas-vindas.
Naquela tarde éramos os únicos hóspedes -  a casinha linda só para nós dois. Um amável gerente veio nos receber entregando as chaves, pois é esse o conceito da pousada: você é o dono da casa, com o conforto de encontrar tudo organizado para sua estadia, mas não se trata de Airbnb ou hostel, é uma pousada tradicional - só não tem aquele recepcionista e funcionários circulando pelos espaços, lhe tirando a privacidade para ir ao jardim, desfrutar da lareira, da piscina...  Deixou um bule de chá e foi embora e só nos encontramos no dia seguinte, no café da manhã. Tudo fresquinho e bonito; mesa posta, vista linda, friozinho da serra...Tudo estava perfeito. Eu numa felicidade zen, rindo e sorrindo para todas as florzinhas que encontrava pelo jardim...

 Da mesa do café avista-se o pequeno lugarejo, com a igreja e o sino tocando a cada uma hora. Não lembra aquelas vilas da Toscana? Poder conhecer o mundo é maravilhoso, mas se não é possível, conheça seu pequeno mundo ao redor.
 Nessa pequena viagem conhecemos tantos lugares interessantes, que vou contar nos próximos posts. Nesse eu falo dos campos de lavanda.

O Lavandário é um campo destinado ao cultivo de lavandas e ervas aromáticas, de propriedade particular. As mudas foram trazidas da França, adaptadas ao clima ameno de Cunha. É aberto ao público de quinta a domingo e os feriados. A melhor época para visitar é quando inicia o outono,  com clima mais seco, onde a floração fica mais intensa. O dia que fomos estava chuvoso e as fotos que tirei lá não ficaram boas, não fazem jus à beleza do local, por isso roubei essa foto da net, que deve ter sido feita na temporada, onde os campos estão bem roxos. Para saber mais, sobre preço, horário e tudo mais,  clique Lavandário.
Mesmo que a visita não for em época própria, como a nossa, vale a pena conhecer.
Já o Contemplário, outro campo de lavandas,  abre a partir de quinta-feira, embora, como falei lá em cima, o melhor período para  visitação é na seca. Não sei se foi a emoção do momento, mas a máquina estava posicionada em modo não apropriado. As fotos que consegui não condiz com a visão ao vivo, com cheiro, zumbido de abelas, canto dos pássaros e o leve vento fresco. Uma paz. Para saber mais, clique Contemplário.
Observaram a abelha pousando? É assim o tempo todo, mas não se preocupem porque elas não estão interessadas em você.
Mas se você já foi ver os campos de lavanda na Provence, na Franca, baixe as expectativas. Não vale comparar, pois são climas e culturas diferentes. 
Nossa viagem não para por aí. No dia seguinte, depois do café,  descemos para Paraty, pois são apenas 46 quilômetros percorridos por uma sinuosa, florida e linda estradinha. Manacás da serra e neblina se apresentavam diante do nosso para-brisas. E fomos descendo, descendo. Pegamos um pouco de chuva, mas estava bom demais. Almoçamos por lá e subimos depois de perambular pelas ruas de pedras, rever tudo o que já havíamos visto em outras tantas idas a Paraty, mas nunca havíamos ido a Cunha. Vale, vale o passeio. Se você for como eu, que gosta de sossego, jantar em bons restaurantes, respirar verde e ar puro, vá passar uns dias em Cunha. fomos almoçar em Paraty, já no estado do Rio de Janeiro. Uma estradinha linda, cheia de curvas liga os dois Estados.

À noite saímos para jantar no centro, em um restaurante bastante simpático, com antiquário (Il Pumo), já que a maioria dos restaurantes ao redor só abrem a partir de sexta-feira. Portanto, se for fora de temporada ou feriados, vale lembrar que tudo funciona apenas a partir da sexta-feira. Um ponto negativo da viagem foi esse. Na estrada que liga Cunha a Paraty, há diversos restaurantes e bistrôs estrelados, com a mais variada culinária que vale a pena voltar muitas e muitas vezes.

E assim passamos dias felizes, do nada. Porque a vida acontece do nada e termina do nada!


15 de janeiro de 2020

Arroz de bacalhau para um dia festivo

... para um jantar ou almoço rápidos, mas com cara de festa, nada melhor do que escolher aqueles pratos que fazem tudo numa panela só. Sou adepta desse tipo de cardápio, sem sujeira, sem estresse e mais, sem muitos gastos. Se for dispensar forno, melhor ainda, pois não esquenta a casa.
Adaptei esse arroz de bacalhau para ser feito na panela. Vai por mim, o prato é simples, barato e bate um bolão na mesa. O bacalhau pode ser daqueles vendidos em bandejinhas, mas verifique se é mesmo bacalhau.

Então capricha aí na apresentação. Vista a mesa com uma roupa bem bonita, com flores, pratos e taças. Afinal, você não teve trabalho nenhum no preparo do prato, não é? A roupa da mesa você mesma poderá fazer. Ainda não sabe costurar? Venha aqui, eu lhe ensino! Costurar suas próprias coisas, bem como cozinhar sua própria comida, é questão de independência.  Ou seria de sobrevivência?

Essa receita dá tranquilamente para 4 pessoas, mesmo quando não for servir comidinhas para o antes.  Eu, particularmente, não sou muito fã de servir esses aperitivos. Acho que eles estragam o jantar tirando o prazer de matar a fome com o prato principal. 

Ingredientes:
500 gramas de iscas de bacalhau
1 pimentão verde
3 tomates (com pele e com semente)
2 xícaras (chá) arroz cru
1 cebola picada
2 dentes de alho 
1 cenoura ralada (ralo grosso)
1/2 xícara (chá) azeite
1 xícara (chá) ervilhas congeladas
2 ovos cozidos
4 buquês de brócolis 
1/2 xícara (chá) de azeitonas pretas sem caroço, cortadas em fatias
Cheiro-verde picado para polvilhar depois de pronto.
     Se quiser acompanhamento, qualquer prato com batatas vai bem. 

Modo de fazer
Lave o bacalhau para retirar o excesso de sal, cubra com água e leve à geladeira de um dia para outro - nesse tempo troque a água de 2 a 3 vezes. Reserve a última água para cozinhar junto com o bacalhau.

Na água da última troca, cozinhe o bacalhau por cerca de uns 20 minutos até que fique macio, mas não muito molenga. Escorra o bacalhau e reserve a água para ser utilizada no preparo. Essa água deve render 4 xícaras (chá). Se faltou água, na hora do preparo, complete com água da torneira.  

Gosto de deixar tudo pré-preparado. Vê lá se vou ficar na cozinha, correndo feito doida, de touca e avental, enquanto marido se diverte na sala com os convidados, servindo bebidas. Mesmo porque, essa é uma situação que constrange as visitas, a não ser que vocês cozinhem juntos naquele espaço gourmet, em conceito aberto. Caso contrário, deixe tudo pronto com antecedência, se ausentando alguns segundos apenas para mexer a panela.

Então, umas duas horas antes dos convidados chegarem (ou um dia antes) inicie o pré-preparo, deixando para terminar meia hora antes da hora de servir. 

Pique a cebola, amasse o alho, corte os tomates em cubos, rale a cenoura, pique o brócolis e pimentão; retire os caroços das azeitonas e pique; cozinhe os ovos e só pique na hora de servir. Deixe tudo separado, inclusive o arroz e o cheiro-verde também já picado.

Aqueça uma panela média, esquente o azeite, refogue a cebola, tempere com um pouquinho de sal para acelerar o refogado. Adicione o alho, mexa por um minuto. Alho não deve passar do ponto para não amargar, pois ele é apenas para perfumar. Vá adicionando os vegetais por ordem - vai mexendo em cada adição. Primeiro a cenoura, depois o pimentão, o brócolis e o arroz. Adicione os tomates, a ervilha (congelada mesmo) e as azeitonas. Por último o bacalhau. Mexa. Desligue o fogo, tampe a panela, guarde na geladeira se for terminar no dia seguinte. Se for fazer algumas horas antes, deixe em cima do fogão. 

Depois de tudo refogado, adicione a água (4 xícaras de chá) que sobrou do bacalhau (nesse caso, fervente). Prove o sal, pois nem sempre há necessidade de colocar, já que nem todo o sal foi retirado na dessalga - e nem deve. 

Cozinhe em fogo alto com a panela meio destampada. Depois que começar a surgir os primeiros furinhos no arro,  tampe a panela, abaixe o fogo. Depois que secou, desligue. Se a panela for bonita, de barro, inox, ferro, etc., leve à mesa na própria panela. Se for feia, amassada ou encardida, transfira para uma travessa bonita, acrescente o cheiro verde e pique os ovos por cima. Finalize com um fio de azeite extra-virgem. E, para ganhar status mais de festa ainda, salpique nozes ou amêndoas torradas por cima para dar crocância. Se preferir, sirva uma salada verde antes. Vinho para acompanhar, água para não ficar bêbada e dar vexame! 
Nesse dia enfeitei a mesa com flores colhidas das jardineiras que marido plantou
Deu trabalho? Nenhum, né?

12 de janeiro de 2020

Bastou um sopro

Vamos viajar? 
Depois de tantos anos juntos, com filhos crescidos, a relação marido x mulher vai ficando meio morna. E se a gente não cuida, acaba virando parente. E marido e mulher não são parentes!  Não devem ter essa relação fraterna de irmão só porque estão ficando velhos.

Então...

Quando converso aqui nas aulas com minhas alunas - que acabam se tonando confidentes - muitas relatam esse tipo de comportamento. Conversamos, rimos, choramos, uma tentando ajudar a outra, dando conselhos. E quem sou eu para aconselhar? O rasgado aconselhando o esfarrapado. Todas nós sabemos o que não devemos e o que devemos fazer para uma relação se manter, mas quase ninguém aplica essa teoria na prática. Quando digo relação, quero dizer sexual. "... de dia a gente briga e a noite a gente se ama..." Aqui estava acontecendo a primeira opção em tempo integral. São fases, minha amiga. Quem nunca?

Depois da nossa parada em Delfim Moreira. - veja AQUI se você não leu a primeira etapa dessa curta viagem -, seguimos,  ainda meio sem rumo. Pensamos pegar uma estradinha do sul de minas e chegar até São Bento de Sapucaí, São Francisco Xavier ou mesmo Campos do Jordão - lugares onde íamos com muita frequência quando morávamos em São José dos Campos. Algumas cidades do Vale Paraibano, ao redor da Serra da Mantiqueira, são ideais para um final de semana para quem mora na capital ou região.

Mas resolvemos pegar novamente a BR-381 em direção à Camanducaia, fazer o desvio e pegar a estradinha de 30 quilômetros que liga Camanducaia a Monte Verde - nosso refúgio romântico em época de namoro. Foi para lá que fizemos nossa primeira viagem quando o namoro ainda estava no início, quando tudo era encantador, quando uma simples ida a uma cafeteria já era um grande programa. Quase sempre com uma roupa nova, pois foi naquela época que me descobri a costureira que sou hoje! Veja AQUI o que me motivou.

Abrindo um parêntese para relatar nossa primeira ida a Monte Verde:

Naquela época, a estradinha de 30 quilômetros que dá acesso à vila, ainda não era pavimentada. Chegar ao topo também era uma aventura para poucos - gente desanimada e preguiçosa desistia logo. Mas nós, como sempre fomos aventureiros (um pouco movido pelo meu espírito inquieto e irresponsável), acabávamos sempre descobrindo lindos lugarejos. Naquela época as ruas também não eram pavimentadas, poucas pousadas e cavalos que ainda circulavam pela rua central. A foto abaixo é um registro da nossa primeira viagem.

Já quase chegando à vila, encostamos o carro no canto da estrada, olhamos aquele mar de montanhas verdes, avistamos os topos das araucárias, respiramos fundo, nos olhamos e sonhamos com uma vida a dois, pois foi ali, naquele momento, que senti que aquele seria o homem da minha vida, pois eu me alegrava com qualquer instante ao seu lado. Foi ali que encontrei o meu par, a tampa da minha panela que, até então, julgava ser uma frigideira, sem tampa. Eu tinha 31 anos! Antes disso, tantos relacionamentos perturbados, tantos esses não servem, esses não quero para mim - e vice-versa. 

Já se passava do meio-dia quando chegamos à vila. O tempo estava meio nublado e, conforme fomos subindo, a temperatura caindo. Estávamos em fevereiro e as temperaturas à noite atingiam uns 10 graus que, para nosso verão são muito baixas.
Seguindo orientações do Guia Brasil, chegamos numa pousadinha linda, cravada entre araucárias de muito verde, onde charmosos chalezinhos em madeira se espalhavam pela área verde da propriedade. 
Fechando parênteses e voltando aos dias atuais...

Hoje, nessa mesma pousadinha, foram construídos muitos outros chalezinhos no espaço verde, um ao lado do outro, sem privacidade, sem encanto. A maioria das ruas da vila foi pavimentada, centenas de hotéis e pousadinhas, restaurantes, casas de café e chá. Tudo duplicado, triplicado. Para todos os lados que se olha há turistas tirando foto, procurando restaurantes - sempre procurando comida. Oxalá!

Hoje a vila se encontra assim, nesse registro de 31.12.19. A foto abaixo foi tirada logo que o dia amanheceu quando a vila ainda dormia. À noite, embora apinhada de gente, a decoração natalina nos enchia de magia e encanto, como uma vila encantada. 
Na noite do dia 30 saímos para jantar e comemorar meus 61 anos num cantinho bem acolhedor à luz de velas. Decidimos nem levar celular. Nada de registro, nada de poses exibidas de "olha como estamos felizes". Esses relatos que trago aqui no blog, seja de como ser uma dona de casa organizada, como costurar as roupas suas e de sua casa, como receber, como viver com mais alegria e criatividade gastando pouco, é para motivar pessoas que julgam não ser capazes de ter uma vida mais feliz e prática. Com pouco dinheiro (ah, tá, a diária na pousadinha custou o mesmo das luzes e corte de cabelo que fiz um dia antes), com alegria, com entusiasmo e iniciativas, é possível. Sim, é possível! Não deixe sua relação chegar ao fim, cada um virar do lado, ficar em seus celularzinhos, nesse mundo à parte. Somos um casal e vamos cavucar nossa felicidade! Vamos subir a montanha, atravessar pontes, mata-burros e riachos. Vamos chegar ao topo e dizer: estamos vivos!
Pela manhã, com as ruas desertas de carros e gente, pude ainda sentir o encanto que aquele lugar ainda guarda, aquele cheiro de fogão à lenha, ruas abundante em flores, hortênsias, beijos, margaridas, primaveras... E aquele cheiro verde de pinho...
 As temperaturas, mesmo no verão, de manhã estavam assim, com 13 graus
Mas... subindo, subindo, ainda se encontra muitas ruas sem pavimento, bucólicas e românticas... Então encontramos nosso paraíso perdido...

...  e o mesmo encantamento ainda dentro de nós, com olhos atentos, às borboletas coloridas, aos pássaros e às flores. Vamos tirar uma foto?
Conseguimos uma pousadinha de apenas um quarto e banheiro, com hidro, lençol térmico, cama confortável, pois tudo já estava ocupado, reservado com antecedência - diferente de tempos atrás, onde nessa época era considerada baixa temporada. Acredito que hoje não exista mais baixa temporada para qualquer lugar que se vá. Mas quanta gente viajando, hein? Não, não se trata apenas da classe média e alta. Nessas férias encontramos muita gente de classe C viajando, curtindo praia, indo a restaurantes, fazendo compras. Isso é maravilhoso. E por que, então,  nós, em nosso egoísmo, querendo o mundo só para gente? Sai da frente, cara, eu quero estar! Puro egoísmo, não é?

Chegamos no quarto da pousadinha meio acanhados, colocamos nossa pequena bagagem na mesinha de canto. Ah, saudades daqueles tempos quando chegávamos loucos um pelo outro e a primeira coisa que fazíamos ao entrar no quarto era arrancar nossas roupas...

Mas o amor ainda existe, a brasa só estava encoberta por cinzas, pecuinhas do dia-a-dia, brigas por causa dos filhos, por cachorro. Briguinhas que a gente vai criando sem motivo aparente, coisinhas que vão arranhando e nos distanciando. Por isso é preciso dar um basta. Vamos viajar? Foi maravilhoso. Bastou um sopro...