Gosto de percal para confeccionar roupas de cama. Além de serem enormes na largura, você tem a opção de escolher a quantidade de fios e isso significa quanto maior a quantidade de fios mais macio (e mais caro!) é o tecido. Eu gosto de usar 200 fios e há quem prefere 1000! Mas o problema do percal, pelo menos aqui em Belo Horizonte, você não encontra uma variedade muito grande de estampas - aquelas maravilhosas em poá, floral, listrado, xadrez... que geralmente vejo nos enxovais Trousseau. Para saber mais sobre fios, entre Aqui e veja.
Mas eu fiz fronhas em poá. Não comprei pela net e nem fui a São Paulo bater perna no Bom Retiro. Lembram aquelas tricolines que comprei aqui em BH? (Têxtil Club - Rua Goitacazes, 906). Então, usei tricoline. Ao toque parecem macias e não sei como vão se comportar à noite, encostadinhas em meu rosto. Comprei como sendo 100% algodão, embora sinto uma certa viscosidade nelas. Por fora bela viola, por dentro pão bolorento? Conto depois.
O que sei é que ficaram lindas, lindas, lincas. Juntei os pedaços, inclui sianinhas, fiz com capricho, com amor, tirei fotos, coloquei na minha cama, na cama das minhas filhas, combinei com outros enxovais. Mais fotos, mais ohs, ohs e ohs. E não me canso de admirá-las - estão aqui do meu lado, pacientes, como dois cachorrinhos esperando a dona ordenar: "vão para a cama, já!"
Quando viemos morar em Belo Horizonte minhas filhas, ainda pequenas, foram estudar em uma escola religiosa, conservadora, onde a quantidade de dever de casa ("para casa" como chamavam) significava escola "forte". Tínhamos ódio desses "para casa" a nos roubar o nosso convívio e o lazer porque ficávamos, eu e meu marido, de castigo toda noite ajudando nos "para casa" que, ironicamente nas reuniões eu chamava de "para pais".
Aqui no curso de costuras eu costumo dar "para casa" para as alunas como treino.
Aqui no curso de costuras eu costumo dar "para casa" para as alunas como treino.
Agora eu me vingo doceis! Vão passar a noite fazendo "para casa!", sem tempo para se divertir, brincar com os filhos, namorador o marido...