Desde o primeiro dia de aula eu bato na tecla: compre sempre tecidos 100% algodão! Não confie no vendedor, faça o teste: dobre o tecido, vinque. Se fez vinco com facilidade é algodão. O professor da minha filha, já vai pelo exagero: "risque um fósforo e taca fogo. Se queimou rápido e soltou cheiro ruim, pode apostar, é poliéster".
Viu como essa costura ficou feia? A borda (não dá para ver direito), está queimada. A aluna foi passar a alça do avental e deu nisso! Tadinha, confiou no vendedor que assegurou que estava comprando tecido 100% algodão.
Tecidos em algodão, lã, seda e linho são de origem animal ou vegetal. Duram muito mais - hoje em dia ninguém mais quer coisa que dura tanto, não é? Mas não é só isso, fios naturais são mais confortáveis quando se trata de roupa, são mais frescos e não deixam cheiro. A parte chata é que amassam - hoje em dia ninguém mais quer passar roupa, né?
Este, por exemplo, é um poliéster misto, fininho. Minha filha pagou barato e fez esse vestidinho ontem à noite, pois é bem a cara da vida moderna: não precisa passar, é quase descartável e custa pouco.
Ela, por ser estudante de Moda, deve saber bem o valor dos tecidos naturais, mas usa esses tecidos baratos, descartáveis porque quer usar uma roupa nova a cada dia, gastando pouco. Por outro lado ela quer exercitar o que aprende na faculdade, o que pesquisa na net e pôr em prática as suas imaginações, mesmo que de madrugada
A faculdade de Moda - diferente do que eu imaginava - ensina o aluno a costurar, não só na teoria, mas na prática. Só não costura quem não quer, quem não leva jeito mesmo. A faculdade dispõe de um laboratório com todo maquinário necessário e professores qualificados para ensinar. A minha filha aprendeu a costurar antes de ir para a faculdade, mas aprendeu praticamente sozinha, fuçando na net e me perguntando algumas coisas. Se sento para explicar ela já vai logo dizendo: "eu sei, eu já sei..."
Eu me vejo nela costurando de madrugada, incomodando meus irmãos que dormiam no quarto ao lado, doida para acabar uma roupa nova, mesmo que no dia seguinte eu tivesse que colar a barra com fita crepe porque a vontade de usar a roupa era maior do que a paciência em deixar para o dia seguinte.