Suas roupas sempre estavam amassadas na gola, os sapatos sujos, cabelo amarrado na altura do cucurucu, como um ovo de páscoa. Sempre de cara feia, revoltada, se sentindo injustiçada. Quando dava a hora do almoço, saia em disparada para o refeitório porque dizia não querer ficar na fila. Mas era na fila que encontrávamos outros colegas, conversávamos, fazíamos, nosso "networking". Não que devemos nos aproximar dos colegas apenas por interesse, mais vamos ser agradáveis, receptivos e gentis? Reclamar menos, se doar mais?
Mas é claro, é óbvio que, além de todo esse cuidado com a aparência e no trato social, a pessoa tem que ter competência. Mas só competência não adianta. Essa colega tinha competência pelo que fazia. Ficava tão tentada dar uns toques, mais tinha certeza que minhas críticas (positivas) não seriam aceitas.
Nossa, por que fui desenterrar essa defunta? Ah, lembrei. Para falar do pano de prato.
Esse paninho lindo, bem cuidado, que deu seu melhor, saiu da cozinha, da sua humilde função de enxugar pratos e panelas e foi fazer um bico, auxiliando a dona da casa na hora de receber seus convidados. Ele nem pediu nada em troca. Quis ser gentil. Que lindo!
Caiu um vinho, peraí que já limpo. O balde de gelo suou? peraí que vou limpar para não manchar seu móvel.
E por dar seu melhor, foi reconhecido e promovido, sem ser puxa-saco. E do puxa-saco (aquele que fica pendurado lá na área de serviço segurando saco. Ah, que saco essa função! Esse daí, hum... não sei, não tem como promover o sujeito para outra função. Vocês têm alguma ideia?
Deixem aqui nos comentários ou pelo e-mail que, aliás, não sei o porquê de uns tempos para cá os comentários que recebo vêm sempre pelo e-mail. Não, não, acho ótimo, assim a gente fica mais íntimo, conversamos no privado. Sintam-se à vontade em comentar como quiserem. Aqueles comentários que, de vez em quando aparecem, maldosos, invejosos, que assinam como "anônimo", esses, ah, esses vão ficar mesmo no anonimato. Nunca serão promovidos para nada. Nem para inimigos! Pois não?