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27 de janeiro de 2021

62 anos! foi assim

Fiz 62 anos em meio à pandemia. Um dia antes resolvemos, só nós dois, fazer uma pequena viagem não tão distante de São Paulo, para comemorar o aniversário. Queríamos (e devíamos) optar por um lugar onde não houvesse aglomerações de gente. Sugeri a região de Penedo e Visconde de Mauá, um dos lugares que gostávamos de ir na década de 90, quando ainda namorados. 

Partimos com uma modesta bagagem no porta malas. O dia estava nublado e alguns períodos de chuva na estrada. Vou olhando o caminho, árvores floridas ao longo das marginais, vou criando cenários românticos para quando chegarmos, tipo assim: no quarto ele fecha as portas por atrás, deposita a bagagem no chão, abre os braços e o sorriso: enfim, sós... 

Mas sou interrompida pelos roncos e fumaças poluentes dos caminhões ao longo da via Dutra. (Oh, que brochante!).  Conforme íamos avançando em direção ao Vale Paraibano, o verde ia tomando conta da nossa visão. E como é verde o vale! E cada região que passo vou lembrando que tenho uma amiga-seguidora: Jacareí, São José dos Campos, Guaratingueta, Pindamonhangaba, Cruzeiro.. Para algumas mando uma mensagem: "hei, estou passando por aqui!". Vou deixando estrelinhas pelo caminho.

Chegamos em Penedo debaixo de chuva, um pouco de frio e muita neblina cobrindo os picos das montanhas. Daquela bucólica Penedo dos anos 90 nada mais restava. Por mais que buscava imagens guardadas no arquivo da memória, não conseguia encontrá-las. O que vimos foi um amontoado de pousadas, de comércio e gente debaixo daquela chuva fininha e contínua. 


Saímos daquele tumulto, pegamos uma estradinha e fomos subindo até encontrarmos uma simpática pousada coberta pelo nevoeiro da tarde. Não fizemos reservas, contamos com a sorte!
Da janela do nosso quarto observo a chuva caindo lá fora...

Tudo tão lindo... 

62 anos e ainda um pouco da pessoa que fui, sonhadora, romântica, encantada com pequenas coisas, como a chuva caindo pelo telhado num dia frio.

Mais gordos, mais velhos, mais rabugentos...

Mas a chuva continua caindo e a vida continua existindo...
Observo tudo, ambientes acolhedores...
No dia seguinte café da manhã com tudo extremamente de bom gosto, louça bonita, tudo fresquinho, vista de perder o fôlego. Valorizo demais esses detalhes. Para meus 62 anos, momentos únicos que ficam registrados no coração para sempre.
A chuva cessou, o sol raiou. Vamos passear? 
Deixamos de revisitar as belas cachoeiras da região, espalhadas entre Penedo, Itatiaia e Visconde de Mauá - todas na serra fluminense -  devido à temporada das chuvas, o que torna muito perigoso. 

Pegamos a estradinha que liga Penedo a Visconde de Mauá, parando em alguns pontos para apreciar a bela paisagem. 
Almoçamos em Maringá e ficamos perambulando por lá, visitando lojinhas de doces, artesanato e mel. Voltamos para a pousada ao entardecer, com direito a algumas aparições do arco-íris pela estrada que liga Visconde de Mauá a Penedo. 
À noite saímos para jantar no centro de Penedo para comemorar meu aniversário. Andamos tanto, mas tudo o que víamos não fazia jus à data. Marido queria um restaurante mais sofisticado, mas tinha que fazer reservas. Já cansada daquele vai e vem optamos pela pior opção. Mas tudo bem, faz parte. O almoço em Maringá,  a bela paisagem e o arco-íris,  já haviam valido a pena. 
No dia seguinte voltamos para terminar 2020 junto com as meninas dentro de uma São Paulo completamente fechada pelo lockdown.

Foi assim quando fiz 62 anos!