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26 de julho de 2019

Preto no branco

E dá para acreditar que todas as blusas e calças, com exceção da calça branca das fotos 1 e 2, foram feitas a partir do mesmo molde? É assim que funciona o curso Costura Prática, tudo prático e rápido. Porém, esse módulo é destinado para quem já sabe o básico da costura e, se não sabe, vamos aprender no módulo Costura Criativa (moda casa). Novas vagas a partir de agosto. Vamos?

cabelo

Hoje foi dia de ir ao salão cortar o cabelo, tanto o meu quanto da filha. Quando não é possível, eu mesma dou umas cortadas, mas estamos em São Paulo, onde conheço lugares que cortam bem e cobram pouco. 
Como já contei aqui, estou passando uns dias com minha filha que quebrou o punho e precisou operar. Enquanto não dá para grandes passeios, se deslocar para longe, temos dado umas voltinhas pelo bairro mesmo.  
 E, quando estamos em casa, faço umas costuras para mim e para ela. 
Tudo o que mais amo na vida, cuidar das minhas filhas e costurar!



20 de julho de 2019

Hospital, de novo!

Roupas do módulo Costura Prática
Estou em São Paulo cuidando da minha filha. Caiu da escada rolante de um shopping, quebrou dois ossos do pulso e precisou fazer uma cirurgia. Eita, lasqueira!!! Como sofre uma mãe! Graças a Deus já está em casa. Semana que vem tira os pontos e depois um longo período para recuperar os movimentos com fisioterapia - estarei com ela, aqui ou em Belo Horizonte. Ela é canhota e foi justamente a mão esquerda. É uma menina calma, paciente, reconhece que poderia ter sido pior e sempre agradece a Deus por isso. Ela é uma ótima companhia e nos damos super bem. Segundo a filha caçula, que diz falar "as verdades", diz que nos damos bem porque a Ciça aceita tudo que eu falo, que é puxa-saco da mamãe. E como não aceitar os conselhos de uma mãe boa e sensata que só quer o bem para seus filhos? 
E mesmo com o braço imobilizado não perde o humor. Fui flagrada olhando as louças no supermercado enquanto ela me procurava na sessão de carnes! O modelo da blusa que estava usando é o mesmo que fiz para ela. A calça também foi feita com o molde pronto, tamanho M. As alunas que vêm costurar comigo no módulo Costura Prática escolhe o tamanho P, M, G ou GG. Se houver necessidade, faço alterações para mais ou para menos!

Ontem comprei tecidos quentinhos para fazer novas blusas para ela. Enquanto estava com o gesso, fiz blusas de mangas super largas para passar o braço, sem sofrer. E tudo ela acha ótimo. Não é um amor de menina? Também fiz um poncho, em dupla face, de um lado moletom flanelado e do outro flanela xadrez. Só colocar na cabeça e já está aquecida. Não é um amor de mãe?

Fiz outro, em lã, para eu usar nesses dias bem frios. Como faz? Simples. Compre 1,50 de tecido em lã (ou outro de sua preferência, que seja quentinho), com 1.50 de largura, apare os 4 lados, de forma ficar um quadrado de mais ou menos 1.40. Recorte tiras largas de flanela xadrez (ou como preferir) com aproximadamente 8 de altura x 1.40 para fazer o acabamento das barras - quem fez o curso de costura Moda Casa aqui comigo, sabe fazer essas barras, pois é exatamente igual ao modelo da toalha de chá, com barras em canto mitrado. Mas se você preferir, dobre as barras para dentro virando duas vezes ou faça a barra em viés para dentro. Depois disso é  só dobrar ao meio, cortar um decote para passar a cabeça, fazer a barra do decote e pronto! Aqui fiz decote canoa. A cacharrel que uso por baixo também é uma peça que faz parte do módulo Costura Prática. Prático, não?
Nossa, que metida! Num é? 
Na avenida Paulista encontrei diversas pessoas usando gorro. Acho tão lindo...
Também quis usar!
Nossa, que invejosa!



9 de julho de 2019

Love Story - Uma História de Amor

Ontem assisti ao filme de 1970, Love Story. Na ocasião que o filme estrelou, foi uma grande comoção entre o público, arrancando muitos suspiros e lágrimas. Eu ainda era criança e não pude assistir, mas sabia da história através da irmã mais velha que nos contou em detalhes. 

Anos mais tarde, na ocasião das locadoras de vídeos, aluguei o filme e assisti enquanto fazia companhia para meus sobrinhos à noite, enquanto minha irmã e cunhado haviam viajado. A minha sobrinha ria e me perguntava: "tia, por que você está chorando?" Porque eu era jovem, emotiva, romântica; tinha o coração puro... Acreditava que "amar é nunca precisar pedir perdão". Hoje, amadurecida, sei que o amor não está acima de tudo, que precisamos sim pedir perdão, pois quem ama também pode machucar os sentimentos do outro. Amar é também aprender a pedir perdão.

Revendo o filme ontem, pude sentir como andam minhas emoções afetivas, se ainda choro com um filme romântico, ao ouvir uma música, como a do filme,  que é belíssima. Não derramei uma lágrima, achei a história tão comum, tão o mesmo do mesmo... Nem a bela música me comovera... Preciso pedir perdão a mim mesma. 

Isso me deixou bem triste. Nossos sentimentos e emoções também envelhecem. É triste. Mas fiquei me perguntando se esse filme fosse estrelado nos dias de hoje, teria a mesma comoção?  Como os jovens de hoje iam reagir?

E você, ainda se emociona quando assisti a um filme de amor?
E para quem não lembra ou não conhece a música tema do filme, é essa: https://www.youtube.com/watch?v=efqA4ML5K7I


5 de julho de 2019

Paciente IMpaciente


Estou aqui, num hospital, desde sábado à noite como paciente, embora me encaixe mais na condição de IMpaciente. 

Cerca de uma semana atrás comecei a sentir fortes dores abdominais em dias alternados - quase sempre algumas horas após o almoço. A dor, começando meio como uma pressão de forma branda, ia se expandindo até se tornar insuportável.

O primeiro episódio durou uma meia hora e senti alívio após tomar uma dose de sal de fruta. No segundo, o tempo e dor maiores e, no terceiro, numa quinta-feira, durou mais de duas horas. Nem as duas doses de sal de fruta foram suficientes. Só passou mesmo quando, imagino eu, após completar a digestão. E só fui mesmo sentir alívio pleno depois que tomei um chá de erva-doce que, aliás, não sei se é psicológico ou não, cessa qualquer desconforto, mesmo àquelas noites insones.

Na sexta-feira estava ótima, fui ao encontro das amigas para almoço, embora comi e bebi com muita cautela. No sábado marido insiste para irmos ao hospital que fica a uns 15 minutos de casa, na divisa entre Nova Lima e Belo Horizonte.

Noite de sábado nós dois lá na sala de espera, de mão dada. Nesse momento sinto que casei com o homem mais doce e gentil da face da terra. E sou tão grata por isso, meu Deus!

Depois de exames de sangue realizados, médico nos chama novamente para dar o resultado. Eu, como uma criancinha, segura pela mão do marido, meio gelada, vejo ele interrogar: “e ai, doutor, o que deu nos exames da minha esposa?

- Olha, as enzimas do fígado estão muito alteradas o que sugere uma hepatite, mas precisamos pesquisar. Nesse caso vou ter que internar.

Ah, o chão some sob meus pés e começo a tremer, ter dor de barriga, estômago embrulha, penso nas minhas filhas e, enquanto os dois conversam vou montando cenários terríveis dentro da minha cabeça...

... semana passada estávamos os quatro tão felizes e unidos ao redor da mesa...cachorrinha nos olhando à espera de alguma coisinha que pudéssemos dar a ela... filha caçula com os pés sujos na cadeira, eu ralhando, mas feliz. Esta é a minha família! E por segundos temo que isso tudo possa ruir, se quebrar como um copo se vidro. Como a vida é frágil. Oh, senhor, prometo ser a mãe e esposa mais compreensiva do mundo, mas devolva-me minha alegria!

- Calma, calma, não vamos nos alarmar, vamos tratar. Vocês estão dentro de um bom hospital.

Antes da meia-noite já estávamos instalados no quarto. Enfermeira se apresenta, pulsa uma veia, coloca sôro, mede pressão: abre a boca, os olhos, levante os braços... Fico lá, à mercê de tudo que me peçam para fazer. Uma voz baixinha, chora dentro de mim: Mas deixam eu ir pra casa?

Nesse tempo a filha caçula manda mensagem: “e aí, vocês estão demorando, o que a mamãe tem?” Não quero preocupar, penso mandar uma mensagem, dizer que vamos dar uma “esticada”, dormir num hotel ou motel... Ah, isso não vai colar...

Monto mais cenários dentro da minha imaginação, cenários românticos... Vejo nós dois, nos dirigindo para uma cidadezinha próxima, numa noite fria, nos hospedando numa dessas pousadinhas próximas às cidades históricas, cravadas no pico das montanhas...  Lá dentro só nós dois, numa sala de vidro, à luz de velas, jantando, ele servindo um vinho, nossos olhos bêbados de sono e de felicidade...

Mas a realidade é que estou dentro de um quarto de hospital, insegura, com medo de algo grave.  Meu lado mais bonzinho assopra dentro de mim: “hei, não reclame, podia estar pior, num necrotério...” Cruzes, credo.

E a noite foi aquele entra e sai de gente, acende luz, verifica se o sôro está pingando, anotam dados numa ficha, fecha porta, apaga luz.. Mas por que sôro? Estou sem dor, sem febre, sem medicamento! 

Novamente a minha melhor parte grita bem alto: para de reclamar, criatura, pense naqueles que estão nas filas dos hospitais públicos, com dores, esperando há dias por uma consulta, um diagnóstico e você vem falar de luz acesa? Agradeça por estar sendo bem atendida. Olho para dentro de mim e sinto vergonha. Perdoa-me, Senhor.

E assim rolou o domingo, naquele entre e sai de pessoas, que estão ali trabalhando, nessa árdua tarefa de servir aos doentes, com paciência, com amor. 

Veio a noite, continuava bem, sem dor; assistimos tv... Pedi para marido ir pra casa dormir, já que eu estava bem e ele precisava descansar para o trabalho no dia seguinte. Tadinho, todo encolhido dormindo no sofá de curvim, embrulhado num cobertozinho peludo de hospital. Já repararam que todo hospital usa esse tipo de cobertor? Travesseiro duro, encapado com curvim que esquenta que é só. Ainda bem que estamos no inverno. Ainda bem que temos uma cama, um sofá, encapado de curvim, - a voz grita dentro de mim! 

Segunda-feira começam a vasculhar dentro de mim. Tira sangue, mede pressão, abre a boca, arregalo os olhos, peso, tiram fotos dos órgãos, entro num tubo. Aspira fundo e pare só quando mandar. Uma sessão de tanto aspira e respira que até chego a ficar tonta.

Ufa, tudo acaba. Chega a noite, troca-se o turno. Aquela que me espetou o braço para o sôro não vi mais, nem a cheirosa que deixa seu rastro por onde passa. Nem aquela, boazinha, que ao sair sempre diz um "fique com Deus"

Não quero ser a chata da ala, mas pera lá, não deviam falar mais baixo, respeitar aqueles que estão acamados, querendo uma noite de sono, em silêncio? Será que eu devia estar com dor para ser menos intransigente e deixar essas picuinhas de lado, meu Deus? Tô precisando de um corretivo, um susto?

Já estamos na terça-feira, diagnóstico sai: 2 cálculos na vesícula. A vesícula deve ser retirada por meio de cirurgia laparoscópica. Quando, doutor?  talvez amanhã.

Quarta-feira faço jejum. Café vem, olho pra bandeja, café volta e nada de me chamarem para os preliminares. Um médico, todo sorridente entra rasgando elogios à minha saúde, ao meu alto astral, mas se desculpa porque houve um equívoco, minha cirurgia será na quinta-feira, amanhã. Pede desculpas, pede jejum a partir da meia-noite. Bem, pelo menos perco uns quilos atrevidos que se apossaram do meu esqueleto sem pedir licença.

E como já estou mais calma e aliviada, começo a deixar o meu egocentrismo de lado e presto mais atenção nas coisas e nas pessoas. A primeira coisa que vejo pregado na cabeceira da cama é minha ficha, onde consta minha idade, sexo e blá, blá. Mas me deparo com uma frase em letras vermelhas: “propenso a quedas – pulseira vermelha, manter as grades da cama levantadas”. Olho para meu braço e vejo uma pulseira vermelha, olho para a cama e vejo as duas gradinhas laterais suspensas. Hum... começo a entender. Mas por acaso eu sou bebê para dormir em berço?

Hoje descubro que tem um café no final do corredor cercado por um jardinzinho com muitas azaléias. Vejo alguns pacientes que estão mais dispostos para locomoção, sentados - a maioria idosa. Todos identificados com pulseiras coloridas. Alguns, além da vermelha, estão com a verde, amarela e roxa. Nossa, que belo arco-íris, meu senhor: idoso, hipertenso, diabético, cardíaco... cada cor identifica um problema.

Fiquei ali refletindo a condição física de cada um. Aquele velhinho já foi moço, s
audável, produtivo. E é o fim de cada um de nós -  de cada um que sobreviver, mesmo com as perrenhas da vida. Só Deus tem o porquê de cada coisa. Cada um carrega sua pulseira colorida, como Deus permitir. 

Hoje estou aqui, embora apreensiva com o procedimento de amanhã, mas faço uso apenas de uma pulseira, de idosa , embora não gosto muito desse termo "idosa" para uma pessoa de 60 anos, saudável, dinâmica e disposta. Mas amanhã poderei estar com um arco-íris no braço. E quem sabe, um paciente, menos IMpaciente?
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Ontem fui operada. Foi tudo bem. Estou já de alta pelo médico que me operou, mas à espera do médico que me internou. Haja paciência!
E com que roupa ficava lá no hospital? Aquelas que ensino aqui no curso, roupas para dormir, para passear com o cachorro, levar os filhos na escola, ir ao mercado... E mais, roupas para ficar internada.