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14 de outubro de 2019

Eu vivi!

Convidei 11 amigas para tomar um café aqui em casa na última sexta-feira. Quando o marido me viu preparando um mimo para cada uma, perguntou se não era muita gente. A minha vontade era convidar mais, mas sinto que nem todas parecem curtir esses encontros - algumas eu sinto que se sentem na obrigação de retribuir. Não convido esperando retribuição, pois faço pelo prazer de estarmos juntas. Faço porque adoro. Convido pessoas que sei que gostam de estar na companhia dessas grandes mulheres que tenho a honra de tê-las como amigas. Com exceção de apenas uma, todas conheci aqui no curso de costuras - todas já foram minhas alunas. E isso não é maravilhoso? Tudo isso a costura aqui nos proporciona.

Naquele dia, três delas não puderam vir. E como só tenho amigas educadas, avisaram com antecedência que não poderiam comparecer. Acho isso tão elegante! Pois não há nada mais grosseiro do que você convidar alguém com tanto gosto e consideração e a pessoa fazer pouco caso, não comparecer e não justificar o motivo. 

Eu amo gente educada, gentil e elegante (elegante em atitudes). Por isso adoro abrir minha casa e meu coração para pessoas assim tão especiais.
A Flávia mora na Pampulha, bem distante, foi a primeira a chegar e me ajudou a passar o café e vigiar o leite. Super gentil, educada, lindinha. Tem idade para ser minha filha! Uma querida que amo muito!
Sou uma pessoa muito detalhista, gosto de deixar tudo pronto com antecedência - até a mesa já deixo posta um dia antes.
Montei outra mesa para 3 lugares que está na foto anterior. Em cada lugar deixei um mimo com o nome de cada uma, coisinha simples, fácil de fazer, de baixo custo e que tanto agrada.
Quem me lê aqui deve pensar (sim, eu sei que passo essa impressão): "nossa, que pessoa convencida que só fala eu fiz, eu fiz..." Mas sabe por que faço isso? para incentivar pessoas que acham tudo difícil, que gostaria de fazer algo, mas acha que não são capazes. Faça! Eu faço! Você faz!!!

Então, voltando ao meu "eu"...

Um dia antes fiz pão de batata; preparei a massa do pão de queijo; fiz requeijão caseiro com ervas; bolo de banana com aveia e castanhas; bolo de iogurte com canela e sanduichinhos de pão de leite ninho com frios, tomate e alface. Servi sucos, chá, café, leite, refrigerante e água. Montei os sanduichinhos pela manhã e, para não ficarem ressecados, embrulhei num pano de prato úmido e levei à geladeira. O pão de batata, já fatiado, guardei em sacos plásticos, bem como os bolos, pois  não existe nada mais constrangedor do que a visita chegar e encontrá-la ainda sem se arrumar, correndo pra baixo e pra cima, feito louca e descabelada. Já vivi momentos assim no início do casamento. Nem quero lembrar. Stress total! 

O ambiente encontrava-se assim antes da chegada. Eu fico super feliz com esses encontros. Faço com a maior alegria e disposição. E quando penso em voltar a morar em São Paulo, onde já nem tenho mais tantas amigas como no passado, onde não tenho mais meus pais, nem meus sogros e nem  alguns irmãos, chego a sentir um pouco de melancolia. Já sinto saudade daqui. Acho que não quero mais voltar. Belo Horizonte se tornou, nos últimos anos, a minha casa, o meu lugar. "agora sou do ouro, eu sou vocês, sou do mundo, sou Minas Gerais!"
E aí elas foram chegando, a nossa cachorrinha fica enlouquecida, sobe e desce as escadas feito uma bala a cada tocada de interfone.

Vamos às apresentações: A Jú (de óculos), outra pessoa que amo demais, me enche de presentes, para mim e para minha casa. Nos tornamos grandes amigas, daquelas que é capaz de largar tudo para vir lhe oferecer o ombro, sabe como é? A Lígia (gaúcha), outra grade amiga, que mora aqui pertinho e sempre estamos juntas, com ela não tem tempo feio, arregaça as mangas e mete a mão na massa, como todo gaúcho que conheço. A Adriana, faz lindos colares e sempre ganho um (eba), fez aulas aqui durante muito tempo. Sei tanto dela, ela sabe tanto de mim, temos o mesmo temperamento, mas somos tão gente fina! 
E o interfone volta a tocar. Chega a Andreia, carioca, também mora aqui pertinho. Recentemente fez curso de encadernação (não comigo, pois só sei fazer caixas). Ah, cada mimo que ganho, cada caderninho fofo...  A Helga, nossa, já falei tanto dela. Já falei tanto que quero ser igual a ela! É a única que não foi minha aluna, mas a filha dela, a Katja sim! Aliás, o nosso grupo de amigas da costura começou com a Katja! A Helenice é a única que ainda não está nessa foto porque chegou mais tarde por conta do trânsito que ficou "agarrada". Mineiro vive "agarrado", paulista engarrafado! Ela foi professora de geografia da minha filha mais velha. Temos opniões opostas com relação à política, partidos, ideologias. Vixi, nem gosto de misturar as coisas, pois ela é tão querida, tão especial. Acho que o único "defeito" dela mesmo é esse! Ai, ui, falei. 
Antes de sentar à mesa, conversamos...
A forma de servir foi assim: o serviço de chá e café já estava disposto em cada lugar reservado com o nome, cada uma levantava e se servia da mesa onde organizei os comes e bebes... Hei, estão vendo aquele vaso com flor laranja e azul? uns dias antes veio a Raquel com a irmã almoçar comigo e me trouxeram esses mimos lindos que tanto amei, feito por elas! Tão queridas e especiais...
A foto acima foi depois que já havíamos nos servido. Quase sempre esqueço de fotografar o antes. Ela estava tão farta...
E a cachorrinha atenta a tudo. À noite nem dei ração. Olhei de canto de olho que cada uma dava um pedacinho de alguma coisa para ela comer. "Tadinha, tá olhando tanto..." Ah, tá eu também já olhei tanto, e nem por isso ganhava um pedacinho! Sou da época que homem bonito era considerado "um pão"
 Precisava de uma foto junto, né?
Rindo dos causos da Ju, tão engraçada... O colar azul ganhei da Adriana!
Organizei cantinhos acolhedores, enfeitei com flores...
Ganhei flores!!!! (além dos tantos outros presentes). Da Flávia ganhei o delicioso home-spray aroma folhas secas que só ela sabe o ponto. O perfume é maravilhoso, borrifo pelos cantinhos, no hall do prédio... memórias olfativas que o coração registra. Memórias de dias felizes.  Da Ju, uma capa para o fogão, além de anel.. e o que mais, mesmo? Ah, esqueci. Da Lígia sabonetes perfumados para o lavabo. Da Adriana, o colar azul que já foi para uso. Da Helga uma receita emoldurada, coisa mais linda! Da Andreia, os fofos caderninhos. Da Helenice (como somos mulheres viajadas), fez uma capa para minha mala. Quero ver alguém arrentar minha bagagem! E da Katja, flores, pois ela sabe o quanto gosto de flores de corte, dessas que você coloca nos jarros com água, assim:
E você? já pensou aprender um hobby e fazer novos amigos? e viver um dia assim tão feliz? Eu vivi!

26 de setembro de 2019

Vovó Neide

Ela partiu numa madrugada fria, quase primavera, um dia após completar 97 anos de vida... 
Jacarandás, abundantes em flores roxas
... enfeitando as ruas da pequena Itápolis (SP). Tão lindos...
... para reinar alguns dias apenas
Foi um dia triste, cheio de lembranças. Depois do sepultamento fomos dormir em sua casa que já estava fechada alguns anos. Tudo estava como era antes... a toalhinha de crochê protegendo o móvel, os tapetinhos ao lado da cama, o criado-mudo, o relógio, o chinelo... Atrás da porta do banheiro um roupão de banho... Sabonetes gastos nas saboneteiras...

Na cozinha, nas gavetas, nos armários, tudo como era antes. O bulinho de bico torto, a xícara lascada...

Quantas saudades...

Abro uma gaveta e me deparo com um livro de receitas datado de outubro de 1950. Algumas páginas sujas de farinha, de ovo...

"Bolo do Dantinho", Bolo da Mercedes, Torta da Gertes, bolo de fubá da vó Carmela...  cada receita uma referência, uma observação. Tudo escrito com sua letrinha de professora primária, redondinha, com capricho. Assim era ela, fazia tudo com capricho, com amor, com cuidado, sempre pensando nos outros. Primeiro os outros, depois ela.

Ah, quantas saudades. Nunca mais aquele bolo de fubá saindo do forno, a sopa na mesa, a cama arrumada para quando chegássemos de viagem com as meninas... a sobremesa guardada na geladeira, a maionese para o almoço de domingo...

Eram assim as mães e as avós. E é assim que quero ser. E me espelho nela para tentar ser, pelo menos uma parte, já que aprendi tanto com ela.
Nosso último passeio, indo almoçar no Roma (SP), no final de 2017, quando ainda se locomovia sem muita dificuldade, interagindo, comendo e tomando vinho.

17 de agosto de 2019

Roupas para o módulo Costura Prática

E enquanto minha filha se recupera, vou testando novas variações para o módulo Costura Prática, que em breve retomo às aulas em Belo Horizonte.

Os moldes sempre os mesmos. O que muda são as variações. Aqui incluí bolsos laterais na calça e cós que, na verdade, não é um cós, é uma faixa presa ao cós na parte das costas, finalizando com o laçarote que tenho visto muito nas lojas.  A regata preta é em crepe e a nude em linho. Mesmo molde das blusas com mangas longas, com gola ou sem gola.
 A mesma calça, mesmo molde. Porém, fiz uma alteração para torná-la estilo capri



Saia tipo pareô, muito fácil.
 Minha fotógrafa, quase boa.
Interessou pelo módulo? Ainda não sabe costurar nada? Vem que te ensino. O método é com molde pronto, as adaptações faremos de acordo com o corpo da aluna. Trabalhamos com tamanhos P, M. G, GG e, caso necessite, aumentamos. Entrar em contato pelo WhatsApp 31.9.9296.8933 ou por e-mail helenacompagno@hotmail.com ou através do Instagram e Face Book - todos como Minha Primeira Costura. 

26 de julho de 2019

Preto no branco

E dá para acreditar que todas as blusas e calças, com exceção da calça branca das fotos 1 e 2, foram feitas a partir do mesmo molde? É assim que funciona o curso Costura Prática, tudo prático e rápido. Porém, esse módulo é destinado para quem já sabe o básico da costura e, se não sabe, vamos aprender no módulo Costura Criativa (moda casa). Novas vagas a partir de agosto. Vamos?

cabelo

Hoje foi dia de ir ao salão cortar o cabelo, tanto o meu quanto da filha. Quando não é possível, eu mesma dou umas cortadas, mas estamos em São Paulo, onde conheço lugares que cortam bem e cobram pouco. 
Como já contei aqui, estou passando uns dias com minha filha que quebrou o punho e precisou operar. Enquanto não dá para grandes passeios, se deslocar para longe, temos dado umas voltinhas pelo bairro mesmo.  
 E, quando estamos em casa, faço umas costuras para mim e para ela. 
Tudo o que mais amo na vida, cuidar das minhas filhas e costurar!



20 de julho de 2019

Hospital, de novo!

Roupas do módulo Costura Prática
Estou em São Paulo cuidando da minha filha. Caiu da escada rolante de um shopping, quebrou dois ossos do pulso e precisou fazer uma cirurgia. Eita, lasqueira!!! Como sofre uma mãe! Graças a Deus já está em casa. Semana que vem tira os pontos e depois um longo período para recuperar os movimentos com fisioterapia - estarei com ela, aqui ou em Belo Horizonte. Ela é canhota e foi justamente a mão esquerda. É uma menina calma, paciente, reconhece que poderia ter sido pior e sempre agradece a Deus por isso. Ela é uma ótima companhia e nos damos super bem. Segundo a filha caçula, que diz falar "as verdades", diz que nos damos bem porque a Ciça aceita tudo que eu falo, que é puxa-saco da mamãe. E como não aceitar os conselhos de uma mãe boa e sensata que só quer o bem para seus filhos? 
E mesmo com o braço imobilizado não perde o humor. Fui flagrada olhando as louças no supermercado enquanto ela me procurava na sessão de carnes! O modelo da blusa que estava usando é o mesmo que fiz para ela. A calça também foi feita com o molde pronto, tamanho M. As alunas que vêm costurar comigo no módulo Costura Prática escolhe o tamanho P, M, G ou GG. Se houver necessidade, faço alterações para mais ou para menos!

Ontem comprei tecidos quentinhos para fazer novas blusas para ela. Enquanto estava com o gesso, fiz blusas de mangas super largas para passar o braço, sem sofrer. E tudo ela acha ótimo. Não é um amor de menina? Também fiz um poncho, em dupla face, de um lado moletom flanelado e do outro flanela xadrez. Só colocar na cabeça e já está aquecida. Não é um amor de mãe?

Fiz outro, em lã, para eu usar nesses dias bem frios. Como faz? Simples. Compre 1,50 de tecido em lã (ou outro de sua preferência, que seja quentinho), com 1.50 de largura, apare os 4 lados, de forma ficar um quadrado de mais ou menos 1.40. Recorte tiras largas de flanela xadrez (ou como preferir) com aproximadamente 8 de altura x 1.40 para fazer o acabamento das barras - quem fez o curso de costura Moda Casa aqui comigo, sabe fazer essas barras, pois é exatamente igual ao modelo da toalha de chá, com barras em canto mitrado. Mas se você preferir, dobre as barras para dentro virando duas vezes ou faça a barra em viés para dentro. Depois disso é  só dobrar ao meio, cortar um decote para passar a cabeça, fazer a barra do decote e pronto! Aqui fiz decote canoa. A cacharrel que uso por baixo também é uma peça que faz parte do módulo Costura Prática. Prático, não?
Nossa, que metida! Num é? 
Na avenida Paulista encontrei diversas pessoas usando gorro. Acho tão lindo...
Também quis usar!
Nossa, que invejosa!



9 de julho de 2019

Love Story - Uma História de Amor

Ontem assisti ao filme de 1970, Love Story. Na ocasião que o filme estrelou, foi uma grande comoção entre o público, arrancando muitos suspiros e lágrimas. Eu ainda era criança e não pude assistir, mas sabia da história através da irmã mais velha que nos contou em detalhes. 

Anos mais tarde, na ocasião das locadoras de vídeos, aluguei o filme e assisti enquanto fazia companhia para meus sobrinhos à noite, enquanto minha irmã e cunhado haviam viajado. A minha sobrinha ria e me perguntava: "tia, por que você está chorando?" Porque eu era jovem, emotiva, romântica; tinha o coração puro... Acreditava que "amar é nunca precisar pedir perdão". Hoje, amadurecida, sei que o amor não está acima de tudo, que precisamos sim pedir perdão, pois quem ama também pode machucar os sentimentos do outro. Amar é também aprender a pedir perdão.

Revendo o filme ontem, pude sentir como andam minhas emoções afetivas, se ainda choro com um filme romântico, ao ouvir uma música, como a do filme,  que é belíssima. Não derramei uma lágrima, achei a história tão comum, tão o mesmo do mesmo... Nem a bela música me comovera... Preciso pedir perdão a mim mesma. 

Isso me deixou bem triste. Nossos sentimentos e emoções também envelhecem. É triste. Mas fiquei me perguntando se esse filme fosse estrelado nos dias de hoje, teria a mesma comoção?  Como os jovens de hoje iam reagir?

E você, ainda se emociona quando assisti a um filme de amor?
E para quem não lembra ou não conhece a música tema do filme, é essa: https://www.youtube.com/watch?v=efqA4ML5K7I


5 de julho de 2019

Paciente IMpaciente


Estou aqui, num hospital, desde sábado à noite como paciente, embora me encaixe mais na condição de IMpaciente. 

Cerca de uma semana atrás comecei a sentir fortes dores abdominais em dias alternados - quase sempre algumas horas após o almoço. A dor, começando meio como uma pressão de forma branda, ia se expandindo até se tornar insuportável.

O primeiro episódio durou uma meia hora e senti alívio após tomar uma dose de sal de fruta. No segundo, o tempo e dor maiores e, no terceiro, numa quinta-feira, durou mais de duas horas. Nem as duas doses de sal de fruta foram suficientes. Só passou mesmo quando, imagino eu, após completar a digestão. E só fui mesmo sentir alívio pleno depois que tomei um chá de erva-doce que, aliás, não sei se é psicológico ou não, cessa qualquer desconforto, mesmo àquelas noites insones.

Na sexta-feira estava ótima, fui ao encontro das amigas para almoço, embora comi e bebi com muita cautela. No sábado marido insiste para irmos ao hospital que fica a uns 15 minutos de casa, na divisa entre Nova Lima e Belo Horizonte.

Noite de sábado nós dois lá na sala de espera, de mão dada. Nesse momento sinto que casei com o homem mais doce e gentil da face da terra. E sou tão grata por isso, meu Deus!

Depois de exames de sangue realizados, médico nos chama novamente para dar o resultado. Eu, como uma criancinha, segura pela mão do marido, meio gelada, vejo ele interrogar: “e ai, doutor, o que deu nos exames da minha esposa?

- Olha, as enzimas do fígado estão muito alteradas o que sugere uma hepatite, mas precisamos pesquisar. Nesse caso vou ter que internar.

Ah, o chão some sob meus pés e começo a tremer, ter dor de barriga, estômago embrulha, penso nas minhas filhas e, enquanto os dois conversam vou montando cenários terríveis dentro da minha cabeça...

... semana passada estávamos os quatro tão felizes e unidos ao redor da mesa...cachorrinha nos olhando à espera de alguma coisinha que pudéssemos dar a ela... filha caçula com os pés sujos na cadeira, eu ralhando, mas feliz. Esta é a minha família! E por segundos temo que isso tudo possa ruir, se quebrar como um copo se vidro. Como a vida é frágil. Oh, senhor, prometo ser a mãe e esposa mais compreensiva do mundo, mas devolva-me minha alegria!

- Calma, calma, não vamos nos alarmar, vamos tratar. Vocês estão dentro de um bom hospital.

Antes da meia-noite já estávamos instalados no quarto. Enfermeira se apresenta, pulsa uma veia, coloca sôro, mede pressão: abre a boca, os olhos, levante os braços... Fico lá, à mercê de tudo que me peçam para fazer. Uma voz baixinha, chora dentro de mim: Mas deixam eu ir pra casa?

Nesse tempo a filha caçula manda mensagem: “e aí, vocês estão demorando, o que a mamãe tem?” Não quero preocupar, penso mandar uma mensagem, dizer que vamos dar uma “esticada”, dormir num hotel ou motel... Ah, isso não vai colar...

Monto mais cenários dentro da minha imaginação, cenários românticos... Vejo nós dois, nos dirigindo para uma cidadezinha próxima, numa noite fria, nos hospedando numa dessas pousadinhas próximas às cidades históricas, cravadas no pico das montanhas...  Lá dentro só nós dois, numa sala de vidro, à luz de velas, jantando, ele servindo um vinho, nossos olhos bêbados de sono e de felicidade...

Mas a realidade é que estou dentro de um quarto de hospital, insegura, com medo de algo grave.  Meu lado mais bonzinho assopra dentro de mim: “hei, não reclame, podia estar pior, num necrotério...” Cruzes, credo.

E a noite foi aquele entra e sai de gente, acende luz, verifica se o sôro está pingando, anotam dados numa ficha, fecha porta, apaga luz.. Mas por que sôro? Estou sem dor, sem febre, sem medicamento! 

Novamente a minha melhor parte grita bem alto: para de reclamar, criatura, pense naqueles que estão nas filas dos hospitais públicos, com dores, esperando há dias por uma consulta, um diagnóstico e você vem falar de luz acesa? Agradeça por estar sendo bem atendida. Olho para dentro de mim e sinto vergonha. Perdoa-me, Senhor.

E assim rolou o domingo, naquele entre e sai de pessoas, que estão ali trabalhando, nessa árdua tarefa de servir aos doentes, com paciência, com amor. 

Veio a noite, continuava bem, sem dor; assistimos tv... Pedi para marido ir pra casa dormir, já que eu estava bem e ele precisava descansar para o trabalho no dia seguinte. Tadinho, todo encolhido dormindo no sofá de curvim, embrulhado num cobertozinho peludo de hospital. Já repararam que todo hospital usa esse tipo de cobertor? Travesseiro duro, encapado com curvim que esquenta que é só. Ainda bem que estamos no inverno. Ainda bem que temos uma cama, um sofá, encapado de curvim, - a voz grita dentro de mim! 

Segunda-feira começam a vasculhar dentro de mim. Tira sangue, mede pressão, abre a boca, arregalo os olhos, peso, tiram fotos dos órgãos, entro num tubo. Aspira fundo e pare só quando mandar. Uma sessão de tanto aspira e respira que até chego a ficar tonta.

Ufa, tudo acaba. Chega a noite, troca-se o turno. Aquela que me espetou o braço para o sôro não vi mais, nem a cheirosa que deixa seu rastro por onde passa. Nem aquela, boazinha, que ao sair sempre diz um "fique com Deus"

Não quero ser a chata da ala, mas pera lá, não deviam falar mais baixo, respeitar aqueles que estão acamados, querendo uma noite de sono, em silêncio? Será que eu devia estar com dor para ser menos intransigente e deixar essas picuinhas de lado, meu Deus? Tô precisando de um corretivo, um susto?

Já estamos na terça-feira, diagnóstico sai: 2 cálculos na vesícula. A vesícula deve ser retirada por meio de cirurgia laparoscópica. Quando, doutor?  talvez amanhã.

Quarta-feira faço jejum. Café vem, olho pra bandeja, café volta e nada de me chamarem para os preliminares. Um médico, todo sorridente entra rasgando elogios à minha saúde, ao meu alto astral, mas se desculpa porque houve um equívoco, minha cirurgia será na quinta-feira, amanhã. Pede desculpas, pede jejum a partir da meia-noite. Bem, pelo menos perco uns quilos atrevidos que se apossaram do meu esqueleto sem pedir licença.

E como já estou mais calma e aliviada, começo a deixar o meu egocentrismo de lado e presto mais atenção nas coisas e nas pessoas. A primeira coisa que vejo pregado na cabeceira da cama é minha ficha, onde consta minha idade, sexo e blá, blá. Mas me deparo com uma frase em letras vermelhas: “propenso a quedas – pulseira vermelha, manter as grades da cama levantadas”. Olho para meu braço e vejo uma pulseira vermelha, olho para a cama e vejo as duas gradinhas laterais suspensas. Hum... começo a entender. Mas por acaso eu sou bebê para dormir em berço?

Hoje descubro que tem um café no final do corredor cercado por um jardinzinho com muitas azaléias. Vejo alguns pacientes que estão mais dispostos para locomoção, sentados - a maioria idosa. Todos identificados com pulseiras coloridas. Alguns, além da vermelha, estão com a verde, amarela e roxa. Nossa, que belo arco-íris, meu senhor: idoso, hipertenso, diabético, cardíaco... cada cor identifica um problema.

Fiquei ali refletindo a condição física de cada um. Aquele velhinho já foi moço, s
audável, produtivo. E é o fim de cada um de nós -  de cada um que sobreviver, mesmo com as perrenhas da vida. Só Deus tem o porquê de cada coisa. Cada um carrega sua pulseira colorida, como Deus permitir. 

Hoje estou aqui, embora apreensiva com o procedimento de amanhã, mas faço uso apenas de uma pulseira, de idosa , embora não gosto muito desse termo "idosa" para uma pessoa de 60 anos, saudável, dinâmica e disposta. Mas amanhã poderei estar com um arco-íris no braço. E quem sabe, um paciente, menos IMpaciente?
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Ontem fui operada. Foi tudo bem. Estou já de alta pelo médico que me operou, mas à espera do médico que me internou. Haja paciência!
E com que roupa ficava lá no hospital? Aquelas que ensino aqui no curso, roupas para dormir, para passear com o cachorro, levar os filhos na escola, ir ao mercado... E mais, roupas para ficar internada.




2 de junho de 2019

E esse outono, hein?

Junho chegou e ainda nem um ventinho fresco durante o dia. Desisti das roupas de frio que andava fazendo. Voltei a fazer roupas de verão. Vamos fazer?
 Uma blusinha simples, em linho misto que anda fazendo o maior sucesso para quem está costurando peças do módulo Costura Prática. Ela é versátil, pode ser mais curta, com ou sem manga. A minha preferi mais comprida e sem manga. Se esfriar, faço outra! As calças também, versáteis, fazem parte do módulo.

Aqui fiquei tentada incluir um cinto, mas ouvi dizer que se usa colar, não usa cinto. Na minha opinião cairia bem um cinto fininho de duas voltas. Eu gosto
Com o molde da calça básica faz-se uma pantalona. Tudo preto no branco, pois dou as dicas de como transformar os moldes sem precisar fazer outras aulas. As mangas são do molde da cacharrel, o decote do vestido e assim a gente vai brincando de troca-troca. Adoro. 
 Os vestidos abaixo têm bolsos, embutidos ou expostos. Você escolhe. Ambos em linho misto.
Amanhã, se calhar esfriar, faço mais blusas de manga longa porque as que estão no armário, esperando o frio,  já enjoei de tanto olhar para elas!

26 de maio de 2019

Mas eu sou Ótima!

A amiga nos convidou para um almoço em sua casa, em comemoração ao seu aniversário. A semana havia sido muito corrida e quando me dei conta  não havia feito as unhas, o cabelo precisava de um retoque e um corte. O presente da amiga já havia feito logo quando recebi o convite, pois como sabem, ando enamorada com os vestidos que criei para ensinar aqui no curso de Costura Prática. Eles estão fazendo o maior sucesso. Comprei um tecido bem alegre, um crepe. Vejam como ficou lindo na amiga. Mas pera lá, não venham me dizer que o corpo dela ajuda. Sim, ajuda, mas esse modelo veste vários tipos de corpo. Fiz os moldes no P, M, G e GG. As alunas trazem 2 mts de viscose ou crepe ou um linhão e em duas horas de aula individual ela sai daqui lindamente vestida. E mais, ainda leva o molde para fazer outros tantos em casa. Não é demais?

E voltando aqui à gata borralheira. Então resolvi eu mesma dar um "corte" nas pontas do cabelo. Nem tesoura apropriada eu tenho, pois sabem como eu sou, se precisar, corto no dente! Exagerada. Usei a tesourinha do marido aparar o bigode! Retoquei apenas as raízes, como sempre faço, com cuidado para não estragar as luzes. Uso o 7.1 e deu nisso!


Sou avessa a salão. Eu mesma fiz meu pé

Nas mãos coloquei  as unhas postiças. Sou uma dona de casa que faço tudo sozinha. Não posso me dar ao luxo de manter belas unhas. Quando saio, coloco os implantes. 
E lá estava eu, de roupa nova que eu mesma fiz, sentada nessa mesa linda, de comida boa e farta, com gente querida que eu amo demais! 
E mais confetes (para a minha humilde pessoa): Essas amigas todas, com exceção de uma, todas foram minhas alunas! A todas ensinei a fazer roupas de mesa, como essas que vocês estão botando reparo. Não sou mesmo ótima? Sou mesmo é uma exibida! Eu sei! Tenho vergonha não!