Já moramos em diversos lugares, em inúmeros apartamentos e casas - a maioria alugada, onde tudo era meio provisório, com móveis e coisas recicladas. Mas ainda carrego em mim esse ranço de aproveitar coisa velha - o que acho bem gostoso -, de catar coisa no lixo e transformar em algo novo e útil. Marido vive pedindo: "ah, não, jogue isso fora!" Jogo nada!
Com as reformas que fizemos aqui em casa, retirei todos os quadros das paredes. Depois da pintura recoloquei alguns em outros lugares, pintei algumas molduras, mas sobrou uma parede sem quadros.
Sento no sofá e olho para aquela parede vazia de lembranças. Daí tenho uma ideia: Digito na barra de endereços do computador: "Imagens São Paulo antiga", pois é lá que moram as minhas maiores lembranças. E um arranha-céu de prédios, dias frios e chuva e de manhãs de garoa se abrem na tela do meu computador.
Ah, São Paulo, meu amor!!! Por que não pensei nisso antes? O link está AQUI.
Escolhi as imagens, salvei no pendrive e fui numa gráfica express imprimir em papel próprio. Lá eles só tinham papel 50x40 - menor do que as minhas molduras. Mas a falta de paciência em procurar outra gráfica fez eu decidir imprimir assim mesmo.
Em casa, já de posse das imagens impressas, peguei uma folha de papel colorset (o mesmo que uso para forrar as caixas) e recortei do tamanho do vidro. Centralizei a imagem impressa em cima do papel, colei com cola em bastão e finalizei com uma moldura em palpel preto, também colorset. Recoloquei o vidro e ficou pronto!
Eu já tinha as molduras, mas na Leroy, Etna e até mesmo naquelas lojinhas do centro você encontra.
O quadro abaixo é um conjunto de 2 quadros (sol e lua) que ganhei de uma amiga há muitos anos. Suas molduras já foram douradas, já foram bege pátina e agora são na cor ouro velho - sobra da tinta que pintamos a escada. Moldura clara na parede clara não ia realçar.
As paredes que antes eram verde erva-doce e verde kiwi, receberam novas cores (chumbo e branco gelo). Fazia tempo que namorada esse chumbo em algumas paredes. Uns diziam que ia escurecer o ambiente, outros que era triste demais. Eu acho moderno demais! E nada é para sempre. Certo?
O par do outro quadro permaneceu como antes, fazendo contraste com a parede chumbo.
Outra moldura clara na parede escura
E o sofá, que antes era areia em chenile, tive que forrar com essa estampa "de pastilhas" para me poupar de aborrecimentos. "tira a cachorra do sofáááááá". E como não gostei da estampa, tento camuflar com essa manta, que já foi toalha de mesa. O tecido usado na "manta" é algodão cru e as barras em tricoline.
A almofadinha verde foi presente da Lígia gaúcha, que já foi aluna e hoje é amiga. A toalhinha de centro foi presente da sogra, uma ex crocheteira de mão cheia.
Um dia serei uma ex costureira, ex blogueira, ex professora de costura e arte; ex dona de casa... Um dia serei uma ex pessoa. Então vamos viver de pequenas felicidades presentes?
Que bonito! Adorei o teu texto, minha pessoa presente, viva, ativa, querida.
ResponderExcluirAté mesmo a perspectiva de um futuro longínquo, muito, muito distante, é comovedor e não assustador .
Abençoada inspiração que originou tal mensagem. Apetece agradecer. Obrigada.
Beijo grande da Nina
Helena, imprimo todas suas postagens e estou fazendo montando um livro. Escreva um livro, por favor! Tem conteúdo o suficiente. Você me inspira muito a decorar a minha casa com coisas simples e acessíveis. Essa dica dis quadros achei foda demais!!!
ResponderExcluirAdorei seu post, rico demais!! Nada como por as mãos na massa.
ResponderExcluirAdoro imagens de São Paulo antiga, também tenho algumas perdidas em algum pen drive para usar e estou sempre adiando, quem sabe não me inspiro.
Abraço!
Suas publicações me encantam, de tamanha delicadeza.
ResponderExcluirEnche os meus olhos as suas fotos.
Gosto do que você escreve. Aquece meu coração, pois são memórias de um
tempo vivido que ora é relembrado, com doçura e gratidão.
Continuo achando que se você escrevesse um livro sobre suas
memórias, as narrativas trariam muita aprendizagem e
reflexões.
Acredito que exista um pouco de nostalgia nas suas palavras, mas
você com certeza dirá junto com o poeta: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena."
Em tempo, sua casa é linda e revela um profundo bom gosto.
Abraço,
Esmeralda Guimarães.