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12 de janeiro de 2018

Quando receber se torna um fardo

Como o foco desse blog é falar de casa, de enxoval que ensino no curso de costuras - e mostro aqui todas as minhas produções - recebo, com certa frequência, dúvidas de pessoas - geralmente mocinhas recém-casadas - quanto ao que servir num encontro em casa e qual roupa de mesa usar. Algumas nunca receberam visitas, ficam inseguras, pedem a minha opinião. Adoro orientá-las e até adoraria ir em suas casas preparar o ambiente. Mas a minha resposta sempre é: receba com alegria, seja espontânea, ofereça o seu melhor, mas dentro das suas condições. Vale mais servir um café com pão, numa mesa simples, mas com alegria do que receber com tanta pompa e nada de afeto, passando aquela ideia que só está convidando para retribuir um convite. Não precisa retribuir dessa forma se você não queira, se não se sente à vontade. Retribua com aquilo que você tem de melhor: sua verdadeira amizade e carinho.
Sim, já passei por isso no início do meu casamento, onde me sentia meio "obrigada" a convidar pessoas. Sempre era um stress. Marido sempre queria se desdobrar em mil, servir infinidades de comes e bebes, por na mesa tudo o que havia na geladeira e despensa, idas e idas ao mercado...
Hoje sou liberta dessas convenções por obrigação. Só convido quem eu gosto, só sirvo o que posso, o que sei fazer. Só recebo com alegrias. E assim deve ser a vida, livre e solta. Não me importo se convido e não retribuem, pois sei que cada pessoa tem suas limitações. "O essencial é invisível aos olhos" (Exupéry)

Vou relatar aqui um episódio de anos atrás, quando nos mudamos de cidade, ávidos por novos amigos. Começamos uma amizade com um casal que tinha dois filhos no mesmo colégio das meninas. Como a amizade crescia, comecei a convidá-los para jantar em casa em algumas vezes. E toda vez que vinham, ao sair, vinha aquela promessa "olha, da próxima vez vai ser em casa". Eu não fazia questão, mas sentia que eles sim, se sentiam naquela obrigação de retribuir. 

Daí foi marcado um caldo na casa deles, mas tinha que ser numa determinada sexta-feira por causa da ajuda da faxineira (deles).

Quando chegamos já fomos conduzidos para a cozinha, com os pratos já dispostos no balcão, que a faxineira já havia arrumado. No fogão uma enorme panela do caldo que a mesma faxineira havia preparado antes de sair. Na hora é só esquentar. 

Não vejo nada de errado servir na cozinha. Não vejo nada de errado pedir ajuda. Não vejo nada de errado comprar tudo pronto. Desde que a pessoa não possua ambientes adequados, servir na cozinha ou na copa, não desmerece quem você convida. Mas não era o caso dessa família que possuía uma enorme sala de jantar,  elegantemente decorada, mesa para 10 lugares, numa elegante residência de um tal condomínio fechado, com piscina e até um bosque nos fundos. O que me incomodou foi a pressa no serviço. Tudo tão automático. Terminava uma torrada e o prato era automaticamente retirado para a lava-louça. Senti uma certa aflição da dona da casa. Entreolhei meu marido, ele me deu um toque com o olhar e tratamos de nos despedir logo após a refeição. Não queríamos causar transtornos. 

Beijinhos de despedida na porta, promessas de novos encontros e pronto. Acabou!

Contei tudo isso para mostrar o quão é desagradável uma situação dessas. Receber não deve ser uma troca, uma obrigação. Tem que ser por amor, com alegria e entusiasmo. Não precisa de flores, de pratos bonitos, de cristais e porcelanas. Precisa do seu sorriso!
Vou dar uma dica de uma das coisas a servir, sem precisar pedir ajuda (da faxineira). É a receita de uma massa bem prática, que faz o maior sucesso.

Canelone com recheio de ricota, nozes, uvas passas e molho branco (simples ou aos 4 queijos) 
Poderá comprar a massa pronta, já montada em uma forma que vá ao forno e à mesa. Ou você mesma poderá preparar o recheio e molho que fica mais em conta. 

Se você conhece uma massa de lasanha fresca, de boa qualidade, mesmo daquelas que são vendidas em supermercado, não abra mão delas. No Pão de Açúcar, em São Paulo, eu compro a massa para lasanha/canelone da marca Dona Tereza. Em Belo Horizonte compro Bella Secilia  (AQUI) - também vendida no supermercado Verde Mar. Há as prontas, já montadas. mas gosto de fazer o meio recheio, assim:

Ingredientes do recheio:
Uma ricota, 1/2 xícara (chá) de uvas-passas, 1 xícara de chá de nozes picadas 

Tempere e ricota com sal, azeite, cheiro-verde;  adicione a uva-passa e as nozes. Às vezes acrescento uma colher (sopa) de requeijão para que dê mais liga.
Coloque um pouco de recheio em cada folha de massa para lasanha e vá enrolando. Unte o fundo da travessa que irá ao forno com manteiga e disponha os rolinhos. Se a sua intenção é preparar de véspera, cubra com papel filme e leve à geladeira . Aconselho a só colocar o molho na hora que for ao forno para que ele não fique grosso demais. Já massas que levam molho vermelho não precisam preparar na hora. 
O molho é aquele tradicional bechamel, acrescido de queijo. Faço assim: Numa panela coloque 2 colheres (sopa) manteiga e um pouquinho de nós-moscada ralado na hora. Deixe derreter
Acrescente 2 colheres (sopa) de farinha de trigo e frite sem deixar queimar
Agora vá colocando o leite, aos poucos e vai mexendo vigorosamente para que não empelote. Se acontecer, bata no liquidificador. Vai quase um litro de leite. 
Até o ponto de ficar assim, liso, espesso
Depois acrescente uma caixinha de creme de leite. Se for fazer aos 4 queijos, acrescente os queijos ralados. Se preferir, divida cada rolinho em dois, como fiz aqui. Geralmente a embalagem da massa rende de 10 a 12 folhas. Portanto, uns 20 rolinhos - ideal para 4 adultos. Jogue o molho por cima da massa, espalhe queijo ralado e leve ao forno para gratinar. Aqui usei só a metade da embalagem.
Cuidado para não deixar muito tempo no forno para que o molho não seque. Calculo uma meia hora ou mais. Não fotografei depois de gratinar. A apresentação é ótima. 

Se você sabe costurar, toda a roupa da mesa você mesma faz. E se estiver procurando uma nova atividade para gerar renda, taí uma excelente oportunidade para se fazer conhecida no ramo de costuras para o lar. Mas não use isso apenas como argumento para receber pessoas queridas. O encontro não deve ser uma obrigação, um fardo!

2 comentários:

  1. Helena, eu adoro convidar, adoro receber, mas cada vez recebo menos e convido menos. Por quê? Porque não esperando retribuição ,incomoda-me que raramente ou nunca retribuam. Acho muito feio. Afinal é tão facil organizar um jantar.porque hei de ser apenas eu a convidar?
    Quando casei era um pesadelo - eu não sabia cozinhar. Mas aprendi. E dei por mim organizando jantares , só eu. Acho mal. Acho que o carinho funciona nos dois sentidos. Hoje cozinho para a família e juntamo- nos todos. Com os amigos vou ao restaurante. Aprendi.
    Mas com a família recebo muito bem e cozinho o melhor que sei. E eles adoram.
    Admiro a vertente , pedagógica do teu texto. Com amor recebe-se maravilhosamente e só assim vale a pena.
    A tua receita parece ótima. Vou experimentar.
    Beijinhos

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  2. Nossa Helena, seu post está maravilhoso!
    O melhor jeito de receber é com alegria e com o coração mesmo. Eu quase não faço mais convites aqui em casa, é muito chato como já falaram acima, vc só convidar de um lado e do outro não terem um pouco de boa vontade como vc falou.
    O mais importante é ficar a vontade de casa que vc vai e da mesma maneira que o seu convidado de sinta a vontade na sua casa.
    Em tempos de instagram o que mais se faz é mostrar a mesa. Mas será que a recepção é tão boa tb?

    Respondendo a sua pergunta no meu post:
    AQui venta demais, estas minhas palmeiras na e´poca da casa eram deslumbrantes. A outra coisa que tenho em vasoso são os buxinhos bola e estes resistem ao vento. No mais penso em ter uma clúsia, planta que me parece resistente, mas não tenho mais espaço, meu deck é muito pequeno.
    Tenho visto muitas samambaias penduradas naqueles suportes de macramê, bem ao estilo anos 70 pelo instagram e tb elas penduradas em suportes de ferro pregados na parede e deles sai a samambaia. Mas não vejo problemas em pendurá-las ao teto. É bem prático assim. Como aqui em casa o teto é quase inteiro no gesso fico um pouco preocupada com peso de plantas, gostaria de ter uma pendurada no meu banheiro, no canto acima da banheira. Acho que daria muita vida.
    Obrigada ela visita querida,
    Um 2018 cheio de paz,saúde, alegria e realizações!

    bju grande
    ana



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