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11 de março de 2020

Cunha, SP - a cidade das lavandas

Saímos uns dias de férias, eu e marido, sem grandes planos, como nos velhos tempos, quando viajávamos com uma pequena bagagem e um Guia-Brasil debaixo do braço. 

Como estávamos em São Paulo, pegamos a Via Dutra em direção ao Vale do Paraíba, que já nos abria um feliz leque de oportunidades, pois a maioria das cidades daquele pé da mantiqueira é bonitinha, agradável  e com muito verde.

Só fomos decidir nosso roteiro quando paramos em São José dos Campos a 90 km da capital paulista. Digitamos, no Google Maps "Cunha, SP", que fica a 134 km de São José. Fomos seguindo as ordens da mulherzinha do Google Maps:  "curva à direita; curva à esquerda a 300 mts..." E como tem curvas aquela estradinha que liga Guaratinguetá a Cunha!
Quaresmeiras, abundantes em flores roxas e lilás, vaquinhas brancas pastando ao pé dos morros iam colorindo nossa viagem. Se não chegássemos a lugar  algum,  a estrada já tinha valido a pena.

Há beleza para quem quer ver; há vida para ser vivida... Tantos lugarzinhos bonitos, portinhas e portas nos convidando fazer uma parada, tomar um café e prosseguir viagem... e, se a intenção (ou condição) é não pernoitar, vai num bate-e-volta (para quem mora nas imediações de SP). Mas você já vasculhou  arredores da sua cidade? Já pensou fazer uns passeios assim, sem compromisso? As coisas mais simples, sem planejamento, são as melhores coisas da vida. Se não pode fazer longos planos, viagens grandiosas para os mais diversos continentes, viaje aqui pertinho mesmo - só não dá para viajar na maionese, né? Claro que atravessar o oceano não se compara a um bate-e-volta, mas viva dentro da sua possibilidade. Aproveite as pequenas possibilidades que a vida lhe oferece. Temos o ingrediente mais importante que se chama vida! Compreendo que nem todo mundo tem uma companhia que topa os mesmos passeios, pois cada um tem sua escolha. Mas foi escolher um cara justamente o oposto de tu, mulher?  Tenta persuadi-lo, dizendo em voz doce:  "querido, você é quem decide, o que decidir está bom" - homens adoram ter o controle. Depois desse dengo ele vai se jogar na sua estrada. Vai por mim. 

Chegamos em Cunha quando já era fim de tarde. GPS nos direciona ao centro, de ruas estreitas e casinhas amontoadas, mas tudo bem bonitinho e limpo. Um povo simples, risonho, de fácil convívio...
 
...e apenas uma breve pesquisa  no site Book.com foi suficiente para já estarmos hospedados em uma charmosa pousadinha, que mais parecia um ateliê de costuras... logo na entrada essa máquina de costura nos dava as boas-vindas.
Naquela tarde éramos os únicos hóspedes -  a casinha linda só para nós dois. Um amável gerente veio nos receber entregando as chaves, pois é esse o conceito da pousada: você é o dono da casa, com o conforto de encontrar tudo organizado para sua estadia, mas não se trata de Airbnb ou hostel, é uma pousada tradicional - só não tem aquele recepcionista e funcionários circulando pelos espaços, lhe tirando a privacidade para ir ao jardim, desfrutar da lareira, da piscina...  Deixou um bule de chá e foi embora e só nos encontramos no dia seguinte, no café da manhã. Tudo fresquinho e bonito; mesa posta, vista linda, friozinho da serra...Tudo estava perfeito. Eu numa felicidade zen, rindo e sorrindo para todas as florzinhas que encontrava pelo jardim...

 Da mesa do café avista-se o pequeno lugarejo, com a igreja e o sino tocando a cada uma hora. Não lembra aquelas vilas da Toscana? Poder conhecer o mundo é maravilhoso, mas se não é possível, conheça seu pequeno mundo ao redor.
 Nessa pequena viagem conhecemos tantos lugares interessantes, que vou contar nos próximos posts. Nesse eu falo dos campos de lavanda.

O Lavandário é um campo destinado ao cultivo de lavandas e ervas aromáticas, de propriedade particular. As mudas foram trazidas da França, adaptadas ao clima ameno de Cunha. É aberto ao público de quinta a domingo e os feriados. A melhor época para visitar é quando inicia o outono,  com clima mais seco, onde a floração fica mais intensa. O dia que fomos estava chuvoso e as fotos que tirei lá não ficaram boas, não fazem jus à beleza do local, por isso roubei essa foto da net, que deve ter sido feita na temporada, onde os campos estão bem roxos. Para saber mais, sobre preço, horário e tudo mais,  clique Lavandário.
Mesmo que a visita não for em época própria, como a nossa, vale a pena conhecer.
Já o Contemplário, outro campo de lavandas,  abre a partir de quinta-feira, embora, como falei lá em cima, o melhor período para  visitação é na seca. Não sei se foi a emoção do momento, mas a máquina estava posicionada em modo não apropriado. As fotos que consegui não condiz com a visão ao vivo, com cheiro, zumbido de abelas, canto dos pássaros e o leve vento fresco. Uma paz. Para saber mais, clique Contemplário.
Observaram a abelha pousando? É assim o tempo todo, mas não se preocupem porque elas não estão interessadas em você.
Mas se você já foi ver os campos de lavanda na Provence, na Franca, baixe as expectativas. Não vale comparar, pois são climas e culturas diferentes. 
Nossa viagem não para por aí. No dia seguinte, depois do café,  descemos para Paraty, pois são apenas 46 quilômetros percorridos por uma sinuosa, florida e linda estradinha. Manacás da serra e neblina se apresentavam diante do nosso para-brisas. E fomos descendo, descendo. Pegamos um pouco de chuva, mas estava bom demais. Almoçamos por lá e subimos depois de perambular pelas ruas de pedras, rever tudo o que já havíamos visto em outras tantas idas a Paraty, mas nunca havíamos ido a Cunha. Vale, vale o passeio. Se você for como eu, que gosta de sossego, jantar em bons restaurantes, respirar verde e ar puro, vá passar uns dias em Cunha. fomos almoçar em Paraty, já no estado do Rio de Janeiro. Uma estradinha linda, cheia de curvas liga os dois Estados.

À noite saímos para jantar no centro, em um restaurante bastante simpático, com antiquário (Il Pumo), já que a maioria dos restaurantes ao redor só abrem a partir de sexta-feira. Portanto, se for fora de temporada ou feriados, vale lembrar que tudo funciona apenas a partir da sexta-feira. Um ponto negativo da viagem foi esse. Na estrada que liga Cunha a Paraty, há diversos restaurantes e bistrôs estrelados, com a mais variada culinária que vale a pena voltar muitas e muitas vezes.

E assim passamos dias felizes, do nada. Porque a vida acontece do nada e termina do nada!


10 comentários:

  1. Que delícia de passeio, só a descrição da estradinha já me encantou!
    Nunca fiz um passeio ocasional na vida toda, mas imagino ser uma ventura de descobertas.
    Amei as fotos e texto!
    Abração, Helena!

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  2. Nossa Helena! Que lugar lindo! Contado por vc ficou lugar dos sonhos. Gostaria de ver um campo de lavanda. Lembro da minha mãe que gostaria desse perfume. Aqui está tudo bem! Estou fazendo meus artesanatos agora de amores com sais de banho e saches Eu vejo o seu blog muito mas em postagens salvas em meu favorito. Tem trabalhos que só vc sabe explicar. Sigo os seu modelitos os quais sou apaixonada mas fazer não é para mim, fico com as bonecas, pano de prato e as fronhas. Beijos para vc, marido e filhas. Que Deus te abençoe!

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  3. Helena, esses são os passeios mais interessantes, quando meramente se parte à descoberta e se é surpreendido com belezas inesperadas.
    No Verão de 2019 visitamos os campos de lavanda na Provença, tendo sido uma experiência incrível. Tirando o facto de se localizarem entre pequenas cidades carregadas de história, não diferem muito desses que nos mostra.
    Por aqui, bem, mas imensamente preocupados com o Covid 19. Oxalá passe rapidamenete.
    Um grande beijinho da Nina

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  4. Bom dia Helena, vi seu blog na página da Dalva e vim conhecer.
    Realmente os arredores de Sampa tem lugares maravilhosos, Águas de S. Pedro é um deles. Esse seu passeio valeu à pena, as acomodações em boas condições já traz satisfação e a beleza do lugar completa o prazer de ali estar. Lindos campos de lavandas.
    Gostei de conhecer sua página!

    Abençoado domingo com os cuidados do momento.

    Abraço!

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  5. Por que será que será que não
    fecham a entrada das ruas sem
    saídas, hein?
    Beijos e boa quarentena.

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    1. Pois é, Silvio Afonso por que será que será? Tentando entender o que quis dizer.

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    2. Eu vi na sua postagem uma placa avisando da rua sem saída.
      Por isso eu perguntei; por que existe rua sem saída e não existe
      rua sem entrada? Foi uma brincadeira tão somente. Quanto a Mário
      Prata, escritor e romancista eu destaco, não os livros que li e
      gostei, mas as novelas de sucesso que fez.
      Um beijo e, acredite; adoro você.

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  6. Boa noite Helena, voltei para agradecer sua benfazeja visita e as elogiosas palavras à cerca dos meus escritos. Uma honra tê-la por lá.

    Eu também não gosto de escrever pelo cel, detesto a tela pequena, o teclado muda a palavra, vai texto pra pessoa errada...kkkk .
    Linkei seu blog e vou seguir. Linda demais sua viagem. Também adoro viajar.
    Volte qdo puder e desejar.

    Bjs e flores!

    Bjss

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  7. Maravilhosa narrativa! Obrigada por compartilhar! Viajei nestes campos de lavandas, o perfume deve ser infinito. Tudo que amo natureza exuberante, paz e aconchego!🌳🌺🌷

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  8. Que saudades, Helena!... Amei ler tudo isso. Faz um tempo marido e eu resolvemos dar uma guinada na vida e vivemos por aí... Estradas, cantinhos aconchegantes. Tudo sem muito planejamento. No momento de pausa forçada por esse momento difícil de pandemia,o estar em casa me trouxe aqui de volta e viajei com você nesta postagem. Que prazer!Receba aí o meu carinho e desejo de que esteja bem. Bjs mil

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